Experiências e testemunhos em diálogo no Seminário Internacional de estudos promovido pelo Pontifício Conselho para os Leigos
Mais de 100 pessoas, vindas de todo o mundo, homens e mulheres, especialistas, participaram ao Seminário Internacional de estudos sobre “Mulher e trabalho”, organizado pelo Pontificio Conselho para os Leigos nos dias 4 e 5 de dezembro de 2015, na Vila Aurélia (Roma)
Entre os interventos focalizados na família, aquele da argentina Josefina Perriaux de Videla, trouxe a luz a desorientação das mulheres causada pelas mudanças significativas ocorridas no XX século: “a liberação” do trabalho doméstico, a separação da sexualidade e maternidade, o acesso ao exercício das profissões particulares com a chegada da ideologia gender, que progressivamente diluiu a identidade feminina (como também a masculina). Tal desorientação causou nas mulheres uma dificuldade objetiva para discernir o que é mero esteriótipo cultural daquilo que profundamente diz respeito ao seu ser feminino. A mulher de hoje deve reconciliar-se consigo mesma; por isso é urgente um julgamento claro da sua identidade. Em continuação, Perriaux concentrou-se em dois aspectos, ao seu ver, muito necessários: o dualismo, ou seja a integração mais íntima, respeito aos homens, entre espírito e corpo (a mulher é mais imersa na corporiedade); e a disposição a maternidade, que favoresce o acolhimento do ser humano por inteiro. Iluminados por esta perspectiva, somente se a mulher reconciliar-se consigo mesma, poderá ser assaz forte para enfrentrar os papéis que hoje lhe são atribuídos. Algumas questões para uma adequada harmonização entre família e trabalho foram destacadas pela jornalista Eugenia Roccella, que chamou a atenção para políticas de reconciliação que possam intervenir no plano cultural, valorizando e reconhecendo socialmente o trabalho de tutela, assistência e sustento às fragilidades humanas das quais as mulheres se responsabilizam e que constitui um patrimônio fundamental, mas esquecida e tida como certa. A advogada Mina Ramirez por sua vez, falou sobre a capacidade da família de influenciar de modo positivo e enriquecedor a formação e o futuro profissional das novas gerações, além do saudável desenvolvimento psico-físico. A família, pela sua capacidade de transmitir valores humanos e sociais, pode certamente ser considerada o motor de potenciamento da sociedade e neste sentido deveria ser tutelada e favorecida. A confirmação do enunciado de Ramire opinaram Elizabeth Schiltz e Bryan Sanderson, que destacaram como a maternidade e o trabalho de tutela dirigidos por mulheres, de uma parte produz um grande benefício à sociedade, desde o momento em que se responsabilizam pelo bem estar das futuras gerações e das últimas gerações. Por outro lado favoresce o potenciamento de todas as séries de competências que produzem um grande proveito ao trabalho profissional.