"A família é o centro natural da vida humana e da sociedade" e "estamos preocupados com a crise da família em muitos países". Isto foi escrito pelo Papa Francisco e o Patriarca de Moscou e Toda a Rússia Kirill na declaração conjunta assinada sexta-feira, 12 de fevereiro em Cuba.
"Ortodoxos e católicos - se lê no documento - partilham a mesma concepção de família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, o que testemunha a fidelidade dos cônjuges em suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito para com os mais fracos".
Assim, a família, lemos mais adiante, "é fundada no matrimônio, ato livre e verdadeiro de amor entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e ensina-os a acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimônio é uma escola de amor e fidelidade. Nós lamentamos que outras formas de convivência estão agora sendo colocadas no mesmo nível desta união, enquanto o conceito de paternidade e maternidade como uma vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, santificado pela tradição bíblica, é destituído da consciência pública".
Papa Francisco e o Patriarca Kirill pedem "a todos que respeitem o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo" e "o desenvolvimento da chamada eutanásia significa que os idosos e doentes começam a sentir uma sobrecarga excessiva para as suas famílias e à sociedade em geral". Admitem também a preocupação com o desenvolvimento de "técnicas de procriação medicamente assistida, porque a manipulação da vida humana é um ataque aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus. Acreditamos - concluem - que seja o nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais cristãos baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida, de acordo com o plano do Criador".