Tem sido dito que "o mundo será salvo pela beleza" (Dostoievski, O Idiota, Parte III, Capítulo Cinco); mas a beleza também pode levar à ruína. Há apenas uma coisa que realmente pode salvar o mundo, a misericórdia! A misericórdia de Deus para os homens e dos homens entre si. Ela pode salvar, em particular, a coisa mais preciosa e frágil que há, neste momento, no mundo, o matrimônio e a família.

Tem lugar no matrimônio algo semelhante ao que acontecera na relação entre Deus e a humanidade, que a Bíblia descreve, precisamente, com a imagem de um casamento. No início de tudo, eu disse, há amor, não a misericórdia. Esta só depois do pecado do homem. Mesmo no casamento, no início não há misericórdia, mas o amor. Não se casa por misericórdia, mas por amor. Mas depois de anos ou meses, de convivência, eles mostram os limites mútuos , os problemas de saúde, finanças, dos filhos; intervém a rotina que apaga toda a alegria.

Aquilo que pode salvar um casamento de deslizar em uma barranco sem equipamento de esqui é a misericórdia, entendida no sentido mais completo da Bíblia, isto é, não apenas como um perdão mútuo, mas como um "revestir-se de sentimentos de ternura, bondade, humildade, mansidão e paciência" (Cl 3, 12). A misericórdia faz que o eros se una ai ágape, ao amor de busca, a de dar e de compaixão. Deus "se compadece" do homem (Salmo 102: 13): marido e mulher não ter piedade de um para o outro? E não devemos, nós que vivemos comunidade, ter piedade uns dos outros, em vez de nos julgar?

Rezemos. Pai celeste, através dos méritos de seu Filho na cruz "se fez pecado" por nós, faz cair do coração das pessoas, das famílias e dos povos, o desejo de vingança. Faça que a intenção do Santo Padre de proclamar este ano santo de misericórdia,encontre uma resposta concreta nos nossos corações e faça que todos experimentam a alegria da reconciliação contigo no profundo do coração. Assim seja!